A História do Design de Interiores:
Uma Jornada no Tempo
Sempre em busca de inspiração
A profissão de designer de interiores, como a conhecemos hoje, é o resultado de uma longa e fascinante evolução, que se entrelaça com o desenvolvimento da sociedade e da arquitetura. Seus primeiros indícios remontam a milhares de anos, com civilizações antigas como a do Egito e da Índia já demonstrando uma preocupação com a otimização e a estética dos espaços habitáveis.
No Antigo Egito, por exemplo, as "soul houses" – pequenas maquetes de casas encontradas em tumbas – oferecem um vislumbre do planejamento e da decoração das residências da época. Na Índia Antiga, a figura do arquiteto muitas vezes englobava também o papel de designer de interiores, evidenciando uma abordagem integrada ao ambiente construído.
Por muitos séculos, o design de interiores permaneceu como um aspecto secundário da arquitetura, planejado de forma instintiva como parte integrante do processo de construção. No entanto, a partir dos séculos XVII e XVIII, a decoração começou a ganhar mais destaque, tornando-se uma preocupação mais explícita dos arquitetos. Foi nesse período que profissionais nos Estados Unidos e no Reino Unido passaram a colaborar com artesãos para enriquecer os interiores de suas construções.
A verdadeira expansão da área, contudo, ocorreu na segunda metade do século XIX, impulsionada pelo crescimento da classe média nos países industrializados. Com o aumento do poder aquisitivo, as pessoas passaram a desejar ambientes que refletissem seu status social, buscando objetos e mobiliários que simbolizassem riqueza e bom gosto. O que antes era uma escolha pontual de móveis para a casa, transformou-se em um mercado diversificado, com uma vasta gama de estilos e opções de mobiliário.
O início do século XX marcou uma transição significativa. Os grandes varejistas, que antes dominavam a oferta de produtos de decoração, deram lugar a designers independentes e até mesmo amadores, que começaram a fazer a curadoria e a criar seus próprios produtos. Essa mudança pavimentou o caminho para a consolidação da profissão de designer de interiores na metade do século. A atuação se expandiu para além do residencial, abrangendo também o comercial, e um modelo de negócio mais estruturado começou a se estabelecer, acompanhado pela publicação de catálogos, livros didáticos e outras fontes de referência.
Para garantir a qualidade e a ética profissional, diversas organizações foram criadas para regulamentar o sistema educacional, as qualificações e o manual de conduta dos designers de interiores. Exemplos notáveis incluem a Sociedade Nacional de Designers de Interiores dos Estados Unidos (fundada em 1957) e a Associação de Designers e Decoradores de Interiores (1966). A fundação da Associação Internacional de Designers de Interiores em 1994 selou a aceitação social e o reconhecimento global da profissão, que hoje desempenha um papel crucial na criação de ambientes que promovem o bem-estar e a funcionalidade.
